terça-feira, 18 de março de 2014

Aulas de canto por Skype - parte 2

Como dependemos da tecnologia durante uma aula à distância, existem alguns requisitos importantes:

Velocidade de internet: Se utilizarmos o Skype, uma internet de 5Mb dá conta, pensando na necessidade do software (cada programa possui requisitos próprios), legislação de planos de internet no país que não obrigam as empresas a oferecer 100% da velocidade contratada, e oscilações de sinal.

Quando em aula, não deixe outras janelas que utilizem internet abertas no computador, nada de baixar filmes enquanto canta, a menos que tenha uma belíssima banda larga.

Em meu estúdio, utilizo internet de fibra óptica, com 50MB de velocidade, para entregar a melhor qualidade de som e imagem para meus alunos que estão longe.

Áudio: todo som que passa por um microfone é alterado, todo som que viaja pela internet é compactado e descompactado, existe então, uma alteração nos harmônicos, e, consequentemente, no som que seu professor vai ouvir do que você faz.
Para amenizar essa distorção, é vital utilizar microfone de boa qualidade, com curva de frequência mais plana possível, ter velocidade de internet boa e cuidar da distância que você fica do microfone.

Ainda, as caixas de som devem estar a uma distância de, pelo menos, 20 cm do microfone, segundo o Skype, ou seja, microfones embutidos não são a melhor opção. Caso não seja possível, não deixe o volume muito alto, isso pode distorcer o som ou causar delay e microfonia. Em último caso, use fones de ouvido (de boa qualidade, por favor).

Vídeo: Em uma aula presencial eu tenho visão total dos meus alunos, online não.
Temos que ter uma câmera capaz de um mínimo de visibilidade, uma Full HD seria ideal.
Um professor americano disse que pede iluminação frontal para os alunos, iluminação é importantíssimo, não deixe o quarto escuro. Sigo esse conselho com uma luminária posicionada atrás da câmera, isso realmente faz diferença na imagem, é possível perceber muito mais detalhes que numa iluminação normal de sala, com luz no teto.

A distância que você fica não pode ser nem muito grande, nem muito pequena da câmera, caso contrário não verá nada, e em um ambiente onde o som transmitido nem sempre é o mais fiel, a imagem pode ajudar bastante. A falta de uma visão 3D dificulta verificar postura corporal, mas não impede se houver atenção do aluno.

Questões tecnológicas resolvidas, vamos pensar na aula em si.

Em uma aula de canto, uma hora ou outra (ou sempre) você vai fazer exercícios vocais e vocalizes.
Online, o delay (diferença de tempo em que eu faço algo e que o interlocutor recebe a imagem/som do que fiz.) pode chegar a segundos, e isso impossibilita qualquer treino feito simultaneamente, como tocar para o aluno cantar, cantar junto, etc..
Para resolver isso, duas formas são utilizadas normalmente: 
  • Exercícios gravados: Alguns professores gravam exercícios e enviam arquivos para que o aluno os reproduza, e esta forma, segundo muitos professores e eu, não te dá liberdade de trabalhar, você fica preso ao que está gravado, não pode voltar tons, alterar a ordem, trabalhar pontos específicos ou frases isoladas, fica equivalente a treinar com vídeo aulas ou métodos de livros, perde o sentido do professor auxiliando.
  • Exercícios alternados: A segunda forma, que dá mais liberdade, exige maior capacidade de afinação e ritmo do aluno, o que é bom, pois força o desenvolvimento, é o professor tocar e o aluno cantar logo em seguida, alternando. um toca, o outro canta, e segue assim durante o treino. Não vejo maiores problemas com essa forma de atuação, apenas é necessário a coordenação correta entre professor e aluno para manter a fluência necessária.
Repertório: Para trabalhar repertório, as únicas formas são: cantar com playbacks e "a capela", ou seja, sem acompanhamento instrumental. Ambas as práticas são utilizadas em aulas presenciais também, então, nada novo por aqui.

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